Aproveitar esse belo momento em que a nova versão de Dofus é baixada (sim, é uma vergonha, mas uma adicção!) e refletir sobre a minha vida.
Vida? Será esse o devido nome? Não consigo ver a minha existência como vida. Na verdade, torço para existir, que já está de bom tamanho.
Essa semana passei muito tempo remexendo em lembranças do passado. Encontrei cartas de quando eu tinha 12 anos. Encontrei a primeira (e única) carta que escrevi para o meu pai, e não me lembro se tive coragem de entregar. Cartas de amor eterno do psicopata, com um poema mal feito e recortes de revista. Meu Deus! Que coisa gay!
Foi bem complicado. Cartas de amizade eterna de pessoas que hoje vejo que nunca foram minhas amigas. Piadas proféticas, ironias do destino... tinha de tudo. Ficou rodando na minha cabeça aquela música do Paralamas, que ironicamente também era trilha de Vamp.
Eu hoje joguei tanta coisa fora
Vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias, gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim
Eu tenho sérias dificuldades com o passado. Não me arrependo nem me orgulho, mas sinto falta! Mas a contradição mora na certeza de não querer que ninguém passe pelas mesmas coisas! Na verdade, noto como me irrita ver gente cometendo os mesmos erros que eu depois que eu já me indignei muito com a pessoa!
Não tenho orgulho de quem eu sou hoje. A soma das ações leva ao crescimento, e eu sei que eu poderia ser bem melhor. Na verdade, fico feliz de ter atingido uns 50% da idealização que eu tinha de mim mesma aos 15 anos. Mas os 50% que faltam são certamente devido a essas coisas de passado.
O Alan certa vez me disse que eu vivia no passado, e isso é pura verdade. Claro q no momento que ele me disse eu fiquei indignada, e fui até perguntar se isso tinha sido ele quem tinha escrito ou a Pesadelo, mas ele me confirmou ter sido isso. Concordo, mas não com o momento q ele falou.
Provavelmente isso tem criado os atritos que tenho com o Dani, pois ele tem aquela coisa de tentar seguir os passos, e eu acho tão estúpido alguém querer seguir a sina de erros que perpetuou por anos a minha vida... bem como não aceito que, depois desses erros, minhas soluções tomadas como "definitivas", e que se mostraram inférteis, certamente ainda são imutáveis por causa dessa postura saudosista do meu subconciente-conciente!
Mas uma coisa continua me martelando... onde estão as cartas, de qualquer gênero? E-mail é tão frio, e o calor pessoal é tão importante...
... Sim! A resposta é sim. Ainda acredito na incondicionalidade.